No garimpo virtual pode-se encontrar preciosidades. Um palpiteiro acidentalmente achou algumas, transcritas abaixo. Estão fora de ordem e quem quiser ler a íntegra dessas citações pode acessar o link ao final. O importante é saber quem é Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro. E que no Brasil há pessoas dignas, geniais e tristemente esquecidas pelos toscos "formadores de opinião"...
“A geografia não é para estar se fragmentando e se especializando mais e mais...
É importante preparar os outros para ter liberdade quando criticar”
"Na universidade fui para o lado físico para não bisbilhotar a vida alheia como
na geografia humana!"
"No primeiro dia de aula, entrei na sala, os alunos levantaram e fizeram um
comício por causa do Ato Institucional e da política que estava fervendo. Os
estudantes viviam reclamando da ditadura. Eles entraram, fizeram o comício,
fiquei escutando e depois fui embora. Não foi hostilidade a mim, era um protesto
geral."
"Pedir dinheiro para viajar é um direito do pesquisador, mas neste país de
exceções, em que as crianças estão morrendo de fome e cheirando cola, me
considero um privilegiado e pago a minha curiosidade, não vou tirar do
contribuinte. Nesse ano, em Moscou, entrei para a comissão de problemas
ambientais, o presidente era o Innokenty Gerasimov, um cientista de prestígio
naquela academia. Foram 12 anos em que eu viajei na comissão. Em 1976 foi em
Moscou, 1977 em Praga, 1978 na Nigéria, em Lagos, em 1979 na Rússia de novo.
Depois, em 1980, no Japão, 1981, no México, 1982 em São Paulo, organizado por
mim. Em vez de ficar preso numa cidade vendo paper, organizei uma excursão de
quatro dias; o primeiro dia a gente foi em direção a Piracicaba, almoçou na
beira do rio, que já estava poluído. Depois a gente continuou em direção a São
Carlos, onde dormimos; o dia seguinte apresentamos os papers – a gente
viajava um dia e trabalhava no outro. Você vem da Rússia, da Índia e tem de
ficar trancado numa sala vendo papel que você pode ler depois? É uma pena, não
é?".
"As partes se completam, não se pode ignorar o coletivo, mas também não se pode
ignorar a parte interior do homem. Temos o direito de desenvolver uma percepção
crítica, é importante preparar os outros para ter liberdade quando criticar e
não seguir o rebanho fazendo tudo o que os outros fazem."
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